Tal como o título indica aqui escreve-se sobre tudo e mais alguma coisa... :P
26 fevereiro 2016
DEBUSSY, RAVEL e TINOCO NA GULBENKIAN
(Ontem e) HOJE, no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian, CLAUDE DEBUSSY, MAURICE RAVEL e LUIS TINOCO (foram) são interpretados pela ORQUESTRA GULBENKIAN, sob a direção da Maestrina finlandesa SUSANNA MALKKI, e com o pianista francês DAVID KADOUCH.
De CLAUDE DEBUSSY (ouviu-se) ouvir-se-á Prélude à l’aprés-midi d´un faune, e La mer; de MAURICE RAVEL (assistiu-se) assistir-se-á ao CONCERTO para PIANO para a Mão Esquerda, em Ré Maior.
Ravel compôs este concerto a pedido de um pianista que, na primeira grande guerra, foi vítima da amputação do braço direito.
Impressiona o talento do pianista DAVID KADOUCH que, tocando o piano exclusivamente com a mão esquerda, obtém um resultado idêntico a um desempenho com ambas as mãos.
O compositor português LUÍS TINOCO (viu) verá a estreia mundial da sua peça sinfónica O Sotaque Azul das Águas, iniciativa conjunta da Orquestra Sinfónica do Estado de São Paulo e da Fundação Calouste Gulbenkian, no âmbito da denominada parceria SP-LX – Música Contemporânea do Brasil e de Portugal, destinada à apresentação alternada e anual de novas criações de um compositor português ou brasileiro.
CLAUDE DEBUSSY e MAURICE RAVEL não necessitam de qualquer apresentação pela sua importância na composição musical.
LUIS TINOCO graduou-se em composição na Escola Superior de Música de Lisboa, e prosseguiu a sua formação académica na Royal Academy of Music, de Londres e na Universidade de York.
Exerce funções docentes na Escola onde se graduou, e colabora com a Antena 2 da RTP.
O SOTAQUE AZUL DAS ÁGUAS é uma co-encomenda da FCB (Fundação Calouste Gulbenkian) e da OSESP (Orquestra Sinfónica Estadual de São Paulo), agora estreada em Portugal e apresentação em São Paulo, em Maio deste ano.
Não pode deixar de se assinalar a harmonia musical entre as obras escolhidas pela Direção do Serviço de Música da Gulbenkian, particularmente O Sotaque Azul das Águas e La mer, nem a muito elaborada e complexa orquestração que, seguramente, exigiu um significativo envolvimento e empenhamento da Maestrina SUSANNA MALKKI.
(imagem de: www.musicweb-international.com)
17 fevereiro 2016
FEVEREIRO
A CHUVA
Nesta hora sozinha e pardacenta,
a chuva entra na aldeia...
No ar, cheio de musgo, a luz cinzenta
bruxoleia.
Através da vidraça,
vejo-a que chega: é uma mendiga escura,
trôpega e acurvada. E vem cansada.
Há, nos seus olhos vagos, amargura.
Oiço as suas passadas resignadas,
arrastadas por baixo da janela.
E digo para mim:- É a chuva. - E ela,
a triste velha curva e turva, passa...
No ar, cheio de musgo, a luz cinzenta
bruxoleia.
E a chuva atravessa a aldeia.
Através da vidraça,
onde colei a minha face, agora,
contra o vidro tão baço como o céu,
vejo-a que vai: e vai p'la rua fora...
Não se ouve uma voz. E ninguém passa.
Tudo se sente só: a chuva, e eu.
(in Canções do Vento e do Sol, de Afonso Lopes Vieira - Colecção Clássicos da Língua Portuguesa - ULMEIRO - Livraria e Distribuidora, L.da)
13 fevereiro 2016
MÃE ... HOJE, MAIS UM DIA DA MÃE...
Mãe - que adormente este viver dorido.
E me vele esta noite de tal frio,
E com as mãos piedosas até o fio
Do meu pobre existir, meio partido...
Que me leve consigo, adormecido,
Ao passar pelo sítio mais sombrio...
Me banhe e lave a alma lá no rio
Da clara luz do seu olhar querido...
Eu dava o meu orgulho de homem - dava
Minha estéril ciência, sem receio,
E em débil criancinha me tornava,
Descuidada, feliz, dócil também,
Se eu pudesse dormir sobre o teu seio,
Se tu fosses, querida, a minha mâe!
(in Sonetos, de Antero de Quental, 4ª edição, pág. nº 70 - Coleção de Obras de Antero de Quental, Editada pela ULMEIRO)
(imagem de "ateliernutricao.blospot.com")
09 fevereiro 2016
A NOSSA CAMINHADA POR “TERRAS SALOIAS”!
Foi no passado sábado, 23 de janeiro de 2016 que decorreu a primeira “caminhada” deste ano.
O “SempreaDescer.come” convocou… para um regresso a MAFRA, “para um passeio original até CHELEIROS, especialmente desenhado para o grupo”.
Entre 25 a 30 “magníficos caminhantes” responderam:
- PRESENTE!
Os interessados foram logo “advertidos” que [havia algumas dificuldades:
- Tratava-se de um passeio em linha, pelo que havia hora marcada para a volta;
- Era um passeio muito sinuoso com várias subidas e descidas e nem sempre em terreno amigável].
A partida [seria impreterivelmente às 9:30, com quem estivesse].
Os organizadores, receosos que alguns (algumas) dos(as) caminhantes chegassem a CHELEIROS com os “bofes na boca”, em situação de incapacidade física para regressarem a MAFRA e ao apetecido almoço, providenciaram no sentido de três “bólides” se deslocarem previamente ao destino da caminhada e por lá, dois deles, ficarem estacionados.
Em caso de imperiosa necessidade, constituiriam essas viaturas o transporte dos “aflitos”.
Sim, por que chegar e sair de CHELEIROS – povoação situada num pronunciado vale, [ali perto de MAFRA, umas duas léguas…com apertadas curvas, aqueles declives espantosos, aquelas empinadas encostas que caíam quase a pique sobre a estrada] (in Memorial do Convento, José Saramago), não iria ser “pêra doce” para os caminhantes, como não havia sido para as [duzentas juntas de bois necessárias para levar de Pêro Pinheiro uma pedra muito grande que lá estava, destinada à varanda que ficaria sobre o pórtico da igreja, então em construção no, também em construção Convento de Mafra] (obra e escritor citados).
Ultimados os preparativos, partiram os caminhantes de MAFRA em direção ao sul.
Inicialmente o “tempo” fez umas “caretas”, mas logo “abriu” o sol.
“Trilharam” os caminhantes veredas sinuosas e “encharcadas”, por entre paisagens bonitas, avistando-se ali bem pertinho lírios, orquídeas, jacintos e pequenos malmequeres, que muitos fotografaram para a posteridade.
De repente, à nossa frente, uma passagem em túnel enlameado sob a auto-estrada.
Foram precisos prodígios de equilíbrio para não nos “estatelarmos”.
Imediatamente antes o J. G. já tinha alertado para a especial dificuldade daquele troço.
Apesar do “equilibrismo” e dos avisos alguma(s) caminhante(s) não lograram evitar uns “bate-cus”.
De pés enlameados lá chegámos à estrada; ainda faltavam cerca de quatro quilómetros.
Paisagens saloias, bem lindas.
À nossa esquerda, as paisagens em “mosaico”, caraterizadas por quarteirões de terrenos agrícolas, alternando com zonas florestadas; terreno mais acidentado; alguns moinhos eólicos.
À nossa direita, paisagens silvestres bem verdes, “salpicadas” de lindas e amarelas azedas; ao longe, muito ao longe: o Atlântico.
Passámos ao lado de um SANTUÁRIO onde era proibida a caça! Caçar sempre seria um “pecado mortal”!
Finalmente, CHELEIROS e a sua Ribeira.
À nossa esquerda (ou direita) a ponte medieval.
À nossa direita (ou esquerda) um estranho talude(?) inserido na Ribeira, constituído por grandes manilhas!...
Tínhamos chegado.
Antes do regresso a MAFRA, um cafezinho; uma garrafinha de água; uma cervejinha; outras necessidades.
Um ligeiro descanso.
Afinal os carros não foram necessários.
Os caminhantes estavam todos de boa saúde; o que queriam era chegar ao restaurante “Três Irmãos” para se banquetearem com as pataniscas.
“20 fabulosos almoçantes”.
O signatário, que nesta sumária “crónica” contou com a colaboração do J. A. não almoçou, mas sabe que os caminhantes revelaram bem o seu bom apetite.
PARABÉNS, PARABÉNS ao PAULINO e aos ORGANIZADORES por mais esta caminhada que nos proporcionaram.
(fotos do signatário)
04 fevereiro 2016
DIA MUNDIAL DA LUTA CONTRA O CANCRO
Hoje, 4 de fevereiro, é o Dia Mundial da Luta Contra o Cancro.
Não podemos deixar de assinalar esta efeméride que alerta para esta terrível doença e para a imperativa necessidade de a combater.
Esta Luta tem de ser efetivada todos os dias, horas, minutos e segundos.
É que esta doença traiçoeira pode a todos atingir e causar, como causa, muita desgraça, indescritível sofrimento, profundos traumas, desmedido sofrimento…
O cancro atinge e vitima incontáveis pessoas em Portugal e no mundo.
Quem não conhece familiares, amigos ou conhecidos oncologicamente doentes?
É uma doença recorrente, com sucessivas e inesperadas recidivas, mesmo quando parece completa e definitivamente erradicada.
Neste combate ao CANCRO não há vencedores; há, sim, lutadores.
Não é percetível o relativo malogro na cura dos cancros.
A principal razão residirá na insuficiência dos recursos colocados à disposição da investigação desta horrenda enfermidade e, em geral, na ignorância e alheamento dos poderes instituídos.
Justifica-se, assim, que todos os dias se fale do CANCRO e das suas vítimas, na nossa vizinhança.
Apoiamos aquelas vítimas que, sem pudor, DIVULGAM a sua LUTA a tamanha enfermidade e o seu atroz SOFRIMENTO.
Pugnamos no sentido da disponibilização constante e crescente de MAIS e MELHORES MEIOS DE INVESTIGAÇÃO.
(imagem de: «biologiamais.com.br»
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