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13 fevereiro 2016

MÃE ... HOJE, MAIS UM DIA DA MÃE...




Mãe - que adormente este viver dorido.

E me vele esta noite de tal frio,

E com as mãos piedosas até o fio

Do meu pobre existir, meio partido...


Que me leve consigo, adormecido,

Ao passar pelo sítio mais sombrio...

Me banhe e lave a alma lá no rio

Da clara luz do seu olhar querido...


Eu dava o meu orgulho de homem - dava

Minha estéril ciência, sem receio,

E em débil criancinha me tornava,

Descuidada, feliz, dócil também,

Se eu pudesse dormir sobre o teu seio,

Se tu fosses, querida, a minha mâe!

(in Sonetos, de Antero de Quental, 4ª edição, pág. nº 70 - Coleção de Obras de Antero de Quental, Editada pela ULMEIRO)


(imagem de "ateliernutricao.blospot.com")

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