Weather

24 outubro 2008

ad maximum cum mínimo



Quando – fazendo fé nos propósitos do governo - se pensava que tudo e todos iam ser sujeitos a avaliação do desempenho ou competência, tudo muito democrático porque se iniciava pela politicamente correcta auto-avaliação, eis que quase não há dia em que o Diário da República dê à estampa mais um LOUVOR.

Desta vez o laureado é o AT1, o que é no mínimo insólito e singular, por se tratar de louvar um Aeródromo de Trânsito !

Considerando, porém, o seu lema: ad maximum cum mínimo, o louvor (já o nº 646 deste ano) não suscita dúvidas sobre a justiça da sua atribuição, ainda que comandado, como é, por um (coronel João) Cristo sempre se poderão colocar questões de discriminação de comando relativamente a outros Aeródromos que, também, aspirem legitimamente a um louvor !

Aceda a http://dre.pt/pdf25dip/2008/10/204000000/4269642696.pdf para saber mais sobre tão interessante louvor, publicado no Diário da República, 2ª série, de 21 deste mês.






(brasão do AT1 in www.forçaaérea.pt)

11 outubro 2008

CRISE vs. BCE vs. EURIBOR vs. PETRÓLEO vs. GASOLINA !


Periodicamente, estávamos habituados a que os alegados analistas (alguns jornalistas pretensamente especializados na área financeira) afirmassem que às subidas das taxas de juro pelo BCE ou a previsão da sua subida correspondiam à subida das taxas EURIBOR e à subida das prestações pelo pagamento dos empréstimos contraídos para a aquisição da habitação dos portugueses.
Era tudo muito simples e automático: ao aumento ou previsão da taxa de juro pelo banco central europeu correspondia um inevitável aumento da taxa EURIBOR e a um maior dispêndio com o pagamento da prestação da casa ...
Foi preciso, agora, numa “penada” o BCE reduzir em 0,5 a taxa, reduzindo-a de 4,25%, para 3,75%, e não se ter verificado a correspondente redução da taxa EURIBOR, para aqueles “arautos da desgraça” virem, afinal, esclarecer que as coisas não se passam bem dessa forma ...

Antes dizia-se: “A nova sequência de subidas de taxas, que o Banco Central Europeu deverá iniciar hoje e que poderá colocar a principal taxa de refinanciamento em 3,5%, poderá penalizar os portugueses que estejam a amortizar um empréstimo de 150 mil euros a 20 anos com um aumento de aproximadamente 80 euros da prestação bancária mensal, parte do qual já está a ser suportado.

As subidas de taxas de juro decididas em Frankfurt têm um efeito quase imediato nas contas de todos os europeus endividados. A sequência é simples: o BCE decide subir as taxas de juro de refinanciamento, os mercados adaptam-se e fazem subir as taxas de juro que são utilizadas como referência para a atribuição de crédito e os particulares vêem a prestação mensal paga ao banco por um empréstimo subir na mesma medida. Algumas vezes, os mercados antecipam quais as decisões tomadas pelo banco central e fazem com que as despesas de amortização dos empréstimos se agravem antes mesmo do BCE tomar a sua decisão
“. (Diário de Notícias, 8/06/2006).

Mas, afinal, parece que as coisas não são bem assim, pelo menos no que toca à redução dos encargos.
Diz-se, agora: “Dois dias depois do corte de juros por parte do Banco Central Europeu (BCE) e um dia depois da garantia de que seriam satisfeitos todos os pedidos de financiamento dos bancos, as taxas Euribor registaram a sua primeira queda, em todos os prazos. A queda é ligeira e acontece depois de uma longa sucessão de subidas, que atiram as taxas a que está indexada a maioria dos contratos de crédito à habitação e às empresas para máximos históricos.

Ainda é cedo para avaliar se a descida de ontem reflecte alguma recuperação de confiança dos bancos face à actual crise financeira, uma vez que o cálculo desta taxa resulta da média das operações de empréstimo que um conjunto alargado de bancos (57) está disposto a conceder entre si. A evolução de ontem das bolsas não dá um sinal positivo face ao furacão financeiro que assola os mercados, já que os maiores índices mundiais registaram quedas muito elevadas.
Depois de cinco subidas consecutivas, a Euribor a seis meses, o prazo mais utilizado no credito à habitação em Portugal, caiu de 5,448 por cento para 5,431 por cento. Esta taxa e todos os restantes prazos estão a uma distância excessiva da taxa directora do Banco Central Europeu, que está nos 3,75 por cento
”. (PÚBLICO, 11/10/2008)

O tratamento jornalístico que foi dado à correspondência automática entre o aumento do preço do petróleo e o aumento da gasolina e de outros combustíveis foi tratado com idêntico “rigor”.
Agora, que os preços do petróleo se encontram em baixa, já a correspondência com vista à redução da gasolina e de outros combustíveis não é tão automática assim, havendo que considerar outros factores ...

São exemplos do “rigor” com que alguns “mass media” apreciam factos da maior relevância para os portugueses ...

Será a comunicação social que merecemos ?!


(imagem de euribor.no.sapo.pt)