Tal como o título indica aqui escreve-se sobre tudo e mais alguma coisa... :P
21 março 2014
DIA MUNDIAL DA POESIA!
Comemora-se hoje o dia mundial da poesia.
Este dia foi criado na XXX Conferência Geral da UNESCO (organismo da ONU para a protecção dos valores culturais) a 16 de Novembro de 1999.
Para a UNESCO a poesia evidencia-se:
"Como uma expressão profunda da mente humana e como uma arte universal, a poesia é uma ferramenta para o diálogo e a aproximação. A divulgação da poesia ajuda a promover o diálogo entre as culturas e compreensão entre os povos, porque dá acesso à expressão autêntica de uma língua. "
Irina Bokova, Diretora-Geral da UNESCO Mensagem para o Dia Mundial da Poesia
A poesia e os poetas portugueses são mundialmente conhecidos e reconhecido o seu valor, justificando que, a título meramente indicativo, se mencione a obra de Luís de Camões, Fernando Pessoa, António Nobre, Florbela Espanca, José Régio, Natália Correia, Eugénio de Andrade, Cesário Verde, Miguel Torga, Sophia de Mello Breyner Andersen.
As iniciativas destinadas a assinalar o DIA MUNDIAL DA POESIA são muitas e variadas, nomeadamente com a leitura pública de poesia, organização de feiras do livro de poesia, exposição de livros de poesia, concursos…
Muitas instituições e entidades organizaram actividades relativas a este dia, como p. ex. o CCB, o INATEL, museus, escolas, clubes de leitura e muitas Câmaras Municipais.
Para nos associarmos a esta comemoração, decidimos transcrever “O MENINO DA SUA MÃE” de Fernando Pessoa, publicado na Revista Contemporânea, III série, n.º 1, 1926:
No plano abandonado
Que a morna brisa aquece,
De balas trespassado
- Duas, de lado a lado -,
Jaz morto, e arrefece.
Raia-lhe a farda o sangue.
De braços estendidos,
Alvo, louro, exangue,
Fita com olhar langue
E cego os céus perdidos.
Tão jovem! que jovem era!
(Agora que idade tem?)
Filho único, a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
“O menino da sua mãe”.
Caiu-lhe da algibeira
A cigarreira breve.
Dera-lhe a mãe. Está inteira
E boa a cigarreira.
Ele é que já não serve.
De outra algibeira, alada
Ponta a roçar o solo,
A brancura embainhada
De um lenço… Deu-lhe a criada
Velha que o trouxe ao colo.
Lá longe, em casa, há a prece;
“Que volte cedo, e bem!”
(Malhas que o Império tece!)
Jaz morto, e apodrece,
O menino da sua mãe.
(imagem: foto de Fernando Pessoa, in mysoulcoffee.wordpress.com)
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