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22 julho 2013

CAVACO SILVA, reincidente!




Ontem, domingo à hora do jantar, Sua Excelência o Presidente da República, confrontado com o desacordo dos partidos do "arco da governação"! relativamente à "salvação nacional" decidiu, designadamente, que:

1.º O governo manter-se-á em funções;

2.º O governo está [forte e coeso];

3.º Mesmo assim, para ficar ainda mais [forte e coeso] apresentará uma moção de confiança na Assembleia da República;

4.º Já não haverá eleições antecipadas; esgotar-se-á o período da legislatura.

É controversa e ambígua a decisão de Sua Excelência o Presidente Cavaco Silva, pelo seguinte:

a) Qual é o governo que continuará em funções? É o governo sem Ministro dos Negócios Estrangeiros (que irrevogavelmente se demitiu) ou é o governo remodelado, como Sua Excelência o Primeiro Ministro, anunciou ao país na sequência da demissão de Sua Excelência, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas?

b) Caberia ao Presidente da República "dar ordens" ao Governo para se apresentar na Assembleia da República pedindo que este órgão de soberania lhe manifeste confiança?

Esta posição do Presidente da República não constituirá uma "invasão" nas competências do Governo?

Vista a questão ainda sob outra vertente: mas apresentar uma moção de confiança alguns dias depois de o Governo e os partidos que o apoiam terem declarado, após à reprovação da moção de censura apresentada pelos "Verdes", que essa reprovação traduzia uma verdadeira manifestação de confiança no Governo e um reforço da sua "coesão e legitimidade", justificar-se-á? Não virá a constituir um acto inútil, tanto mais que já se sabe o resultado?

c) É justificado e fundamentado o Presidente da República declarar que este Governo completará a legislatura?

Não será prematuro e precipitado produzir tamanha afirmação?

Para nós, com o respeito "ilimitado" que nos merece Sua Excelência O Presidente Cavaco Silva, essa circunstância não depende da sua vontade, nem exclusivamente da governação? Não decorrerá antes da forma como forem tratadas as finanças,a economia; o desenvolvimento da crise e dos resultados da governação, e dos outros partidos com assento parlamentar; dos parceiros sociais; e sobretudo dos eleitores e da forma como reagirem a medidas que, provavelmente, falharão, como as anteriores?

Vislumbramos na actuação Presidencial traços de autoritarismo já revelados antes dos governos socialistas!

Ousamos afirmar que o Presidente, que não agiu quando deveria, deveria estar, agora, bem mais sossegado (talvez prolongar a estadia nas Selvagens).

Mas não, o Sua Excelência o Presidente da República, decidiu reincidir na asneira.

Aguardemos pelos próximos capítulos. "Ainda a missa vai a santos"...


(imagem de "cuartointermedio.com.ar")



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