O 25 de Abril de 1974 é uma importante
data da nossa historia contemporânea, e por isso a assinalamos
sempre, mesmo com um dia feriado.
Ao longo do ano são especialmente
recordadas outras datas em que ocorreram factos que marcaram de forma
indelével o regime e governo de PORTUGAL e dos PORTUGUESES como, por
exemplo,
a RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA, no
1.º de Dezembro de 1640, e a IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA, em 5 de
Outubro de 1910.
A importância do 25 de Abril de 1974
deriva, não só da sua essência e inimagináveis consequências,
mas também da circunstância de até à data, e ainda por muitos
anos, se contarem por milhões os portugueses que viveram os factos
e, ainda, vêm protagonizando a situação.
Para compreensão dos restantes
portugueses, é altura de referir que os chamados capitães de Abril
dirigiram um golpe fatal contra o regime político ditatorial de
características fascizantes / corporativistas que governava
PORTUGAL, o chamado ESTADO NOVO, saído do Golpe Militar do General
Gomes da Costa em 28 de Maio de 1926.
O governo, dirigido por OLIVEIRA
SALAZAR desde 1932, e por MARCELO CAETANO desde 1968, perdurou cerca
de 48 anos.
Foi este regime / governo que EXPLOROU
/ OPRIMIU / REPRIMIU / TORTUROU / CENSUROU, TIROU A VIDA a muitos
portugueses e africanos, FEZ A GUERRA COLONIAL, que foi derrotado em
25 DE ABRIL DE 1974, com o apoio geral do POVO PORTUGUÊS.
Todos os anos, no dia 25 DE ABRIL, a
Assembleia da República reúne Extraordinária e Solenemente, com o
Presidente da República e os membros do Governo, e muitos
convidados, particularmente, os elementos das Forças Armadas, ainda
vivos, que ousaram, com êxito, “virar as suas armas contra o
Poder”, então, vigente, para RECORDAR condignamente aquele evento
de inultrapassável dimensão histórica.
Esta cerimónia não prejudica as
manifestações de rua, iniciativas e realizações organizadas com
idêntica finalidade e com as mais variadas origens, que decorrem em
muitos locais de Portugal. A adesão às mesmas é livre e a ninguém
é imposto participar, passear ou ocupar o seu dia no campo ou na
praia.
É este ESTADO DE DIREITO DEMOCRÁTICO
e os amplos direitos, liberdades e garantias previstos na nossa
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA PORTUGUESA aprovada na Assembleia
Constituinte de 2 de Abril de 1976, que faculta às portuguesas e aos
portugueses aquelas livres escolhas.
Este ano tudo se passou de forma bem
diferente por imposição do estado de emergência em que vivemos, em
virtude da PANDEMIA que atinge praticamente todo o MUNDO, que nos
exige CONFINAMENTO e uma quebra no RELACIONAMENTO SOCIAL.
A consequente limitação na forma de
organizar a sinalização desta importante efeméride foi objecto de
ampla controvérsia, propugnando uns pelo habitual “figurino”, e
defendendo outros a sua supressão pura e simples.
Os “campos” extremaram-se sem
razão, no nosso entender.
É que os acontecimentos do 25 DE ABRIL
DE 1974 constituem um evento insusceptível de omissão histórica;
coisa completamente diversa é a sua sinalização e valorização
que o não podem atingir na sua essência e natureza.
(fotos do signatário - Rossio de Lisboa, 25 de Abril de 2019)
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