Em
singela homenagem a esta MULHER, transcrevemos o
POEMA
DA MULHER NOVA
Vejo-te
no mundo que não pára,
como
um grande lenço rubro desfraldado.
Vejo-te
em mim quando me sinto massa
com
milhões de braços e de pernas e uma cabeça de anjo.
Vejo-te
na vida em marcha,
nas
mãos estendidas.
Vejo-te
em toda a vibração,
nas
plantações cobertas de girassóis e de papoulas,
no
topo dos tractores arroteando a terra.
Vejo-te
nua das sedas
com
a boca rasgada numa canção de futuro
como
um punho ameaçador à pestilência dos homens.
Vejo-te
bela
com
os cabelos ao vento,
em
frente,
sem
um talvez: perfeita.
Vejo-te
mãe de milhões de homens novos,
de
rosto calmo e olhos firmes,
através
das labaredas e do fumo,
sem
país e sem lar, a caminho da vida
— na
descoberta constante.
(imagem de vagalume.com.br)
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