Comemora-se
hoje o DIA INTERNACIONAL DO LIVRO INFANTIL.
Trata-se
de uma iniciativa do Conselho Internacional sobre Literatura para os
Jovens (IBBY), representada em Portugal pela Associação Portuguesa
para a Promoção do Livro Infantil e Juvenil (APPLIJ).
Este
dia foi criado em 2 de abril de 1967, data em que se assinalava mais
um aniversário de HANS CHRISTIAN ANDERSEN, notável escritor de
histórias para crianças.
Através
do site da Direção Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas
(DGLAB), o nosso blogue tomou conhecimento que, para realçar esta
data, o ilustrador JOÃO FAZENDA, vencedor do Prémio Nacional de
Ilustração de 2016, foi convidado pela DGLAB para criar a imagem do
cartaz alusivo ao evento.
Por
sua vez, o IBBY escolheu a Rússia para elaborar a mensagem
respetiva, que consiste num texto do escritor SERGEY MAKHOTIN, e num
cartaz do ilustrador MIKHAIL FEDEROV.
O
nosso blogue, no convencimento da importância da divulgação destes
documentos, procede à sua reprodução.
Nunca
é demais enfatizar a importância do livro infantil para a formação
educativa de crianças e, também, dos adultos.
A
leitura de um livro infantil constitui um extraordinário deleite
para todos.
VAMOS
CRESCER COM O LIVRO!
Na
minha primeira infância, gostava de construir casas com pequenas
peças e
toda
a espécie de brinquedos. Usava muitas vezes um livro ilustrado a
fazer de
telhado.
Nos meus sonhos, entrava na casa, deitava-me na cama feita com uma
caixa
de fósforos e olhava para cima, para as nuvens ou para as estrelas
do céu.
A
escolha dependia da ilustração que preferia na altura.
Por
intuição, segui as regras de vida das crianças que procuram criar
um
ambiente
seguro e confortável à sua volta. E o livro infantil ajudou-me
muito a
atingir
este objetivo.
Depois
cresci, aprendi a ler, e o livro, na minha imaginação, começou a
assemelhar-se
mais a uma borboleta, ou mesmo a um pássaro, do que ao
telhado
de uma casa. As páginas do livro pareciam asas que batiam. Era como
se
o livro, deitado no peitoril, quisesse sair pela janela aberta em
direção ao
desconhecido.
Segurava-o com as mãos e começava a lê-lo, e o livro ia ficando
cada
vez mais calmo. Então eu próprio voava para outras terras e novos
mundos,
alargando
o espaço da minha imaginação.
Que
alegria ter na mão um novo livro! De início, nunca sabemos sobre o
que é
que
ele fala. Resistimos à tentação de saltar para a última página.
E como o
livro
cheira bem! É impossível distribuirmos o seu cheiro pelos vários
elementos
que
o compõem: tinta, cola… não, é impossível. Existe um cheiro
particular no
livro,
um cheiro único e excitante. As folhas encontram-se coladas, como se
o
livro
não tivesse ainda acordado. E ele só acorda quando começamos a
lê-lo.
Continuamos
a crescer, e o mundo à nossa volta torna-se mais complicado.
Enfrentamos
questões a que nem os adultos sabem responder. No entanto, é
importante
partilhar dúvidas e segredos com alguém. E aí o livro volta a
ajudarnos.
Muitos
de nós terão um dia pensado: este livro fala sobre mim! E a
personagem
favorita parece ser igual a nós. Tem problemas semelhantes, e
resolve-os
com dignidade. E há outra personagem que não é igual a ti, mas tu
gostarias
de seguir o seu exemplo, de ser tão corajoso e desembaraçado quanto
ela.
Quando
há rapazes e raparigas que dizem “Não gosto de ler!”, isso
faz-me rir.
Não
acredito neles. Comem gelados, jogam jogos e veem filmes
interessantes.
Dito
de outro modo, gostam de se divertir! É que a leitura não serve
apenas
para
desenvolver sentimentos e personalidades, ela é, acima de tudo, um
prazer.
É
sobretudo com essa missão que os autores de livros para a infância
escrevem
os
seus livros.
Sergey
Makhotin
Sem comentários:
Enviar um comentário