Tal como o título indica aqui escreve-se sobre tudo e mais alguma coisa... :P
08 dezembro 2009
HOMENAGEANDO FLORBELA ESPANCA !
Comemora-se hoje em Vila Viçosa, sua terra natal, com um espectáculo cultural, o nascimento de uma das nossas mais notáveis poetisas (1894)que, causando perplexidade, se suicida também em 8 de Dezembro, quando perfazia 36 anos (1930), em Matosinhos.
No seu Diário, que escreve no último ano da sua vida, já se prenunciava este fim trágico.
[Poucos dias antes de morrer interroga-se "que importa o que está para além?" Responde, repetindo o que diz no soneto A um moribundo: seja o que for será melhor que o mundo e que a vida].
Personalidade controversa, [não manifesta interesse pela política ou pelos problemas sociais. Diz-se conservadora].
[António José Saraiva e Oscar Lopes na História da Literatura Portuguesa dizem que: estimula e antecede o "movimento de emancipação literária da mulher" que romperá "a frustração não só feminina como masculina, das nossas opressivas tradições patriarcais...."
Na sua escrita é notável "a intensidade de um transcendido erotismo feminino". Tabu até então, e ainda para além do seu tempo, em dizeres e escreveres femininos.
Os referidos autores, em capitulo sob o titulo Do simbolismo ao modernismo, enumerando várias tendências como "método de exposição ... pedagógica" incluem Florbela num grupo que designam como "Outros poetas". Qualificam-na como "sonetista com laivos parnasianos esteticistas" e "uma das mais notáveis personalidades líricas".
O seu egocentrismo, que não retira beleza à sua poesia, é por demais evidente para não ser referenciado praticamente por todos.
Na sua escrita há um certo numero de palavras em que insiste incessantemente. Antes de mais, o EU, presente, dir-se-á, em quase todas as peças poéticas. Largamente repetidos vocábulos reflexos da paixão: alma, amor, saudade, beijos, versos, poeta, e vários outros, e os que deles derivam].
O TudoemaisalgumacoisaLeonor presta a sua homenagem à poetisa, transcrevendo o soneto Volúpia:
" No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frémito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte !
A sombra entre a mentira e a verdade ...
A nuvem que arrastou o vento norte ...
- Meu corpo ! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade !
Trago dálias vermelhas no regaço ...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças !
E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças ..."
(citámos http://www.vidaslusofonas.pt)
(imagem de ebicuba.drealentejo.pt)
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