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21 fevereiro 2017

DIA INTERNACIONAL DA LÍNGUA MATERNA

Hoje, dia 21 de fevereiro, é o DIA INTERNACIONAL DA LÍNGUA MATERNA.

Esta efeméride foi proclamada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO em 1999, e esta iniciativa pretende proteger todas as línguas faladas no Mundo.

A nossa língua é o Português (cf. artigo 11º, n.º 3 da Constituição da República Portuguesa), falada por mais de 270 milhões de seres humanos dos nove (9) países que integram a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP): ANGOLA, BRASIL, CABO VERDE, GUINÉ, GUINÉ-EQUATORIAL, MOÇAMBIQUE, PORTUGAL, SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE, TIMOR-LESTE.

Importa aqui se transcrever, como se transcrevem, as Mensagens de Irina Bokova, diretora-geral da UNESCO, de Michaëlle Jean, Secretária-Geral da Francofonia (OIF), de Rebeca Grynspan, Secretária Geral Iberoamericana (SEGIB) e de Maria do Carmo Silveira, Secretária Executiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), por ocasião deste dia, respetivamente:

Na ocasião do Dia Internacional da Língua Materna, a UNESCO reafirma seu compromisso sincero com a diversidade linguística e o multilinguismo. As línguas expressam que nós somos, elas estruturam nossos pensamentos e nossas identidades. Não pode existir diálogo autêntico ou cooperação internacional efetiva sem o respeito pela diversidade linguística, que oferece uma compreensão verdadeira de cada cultura. O acesso à diversidade das línguas pode despertar a curiosidade e o entendimento mútuo entre os povos. É por isso que aprender línguas é ao mesmo tempo uma promessa de paz, inovação e criatividade.

O Dia Internacional da Língua Materna, que este ano é dedicado à educação multilíngue, também é uma oportunidade de mobilização para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em especial o ODS 4, de garantir uma educação inclusiva e de qualidade para todos e promover a aprendizagem ao longo da vida. Educação e informação na língua materna são absolutamente essenciais para aperfeiçoar a aprendizagem e desenvolver a confiança e a autoestima, que estão entre as forças mais poderosas do desenvolvimento.

A língua está na nossa essência humana. Culturas, ideias, sentimentos e até mesmo desejos por um mundo melhor chegam até nós, em primeiro lugar e sobretudo, em uma língua específica. As línguas transmitem valores e visões de mundo que enriquecem a humanidade. Valorizar as línguas abre uma ampla gama de futuros possíveis e aumenta a energia necessária para alcançá-los. Na ocasião deste Dia, eu lanço um apelo para que o potencial da educação multilíngue seja reconhecido em todas as partes, nos sistemas educacionais e administrativos, nas expressões culturais e na mídia, no ciberespaço e no comércio. Quanto melhor for o nosso entendimento sobre como valorizar as línguas, mais ferramentas teremos para construir um futuro de dignidade para todos.

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Mensagem dos Três Espaços Linguísticos por ocasião do Dia Internacional da Língua Materna
21 de fevereiro de 2017

O tema da edição de 2017 do Dia Internacional da Língua Materna « Um futuro sustentável através da educação multilingue » enfatiza o vínculo indissociável entre a educação e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que pretende abranger a comunidade internacional que, a partir de um princípio e de uma mesma vontade, assume compromisso de tudo fazer para "garantir uma educação inclusiva e equitativa de qualidade e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos " (Objetivo 4).

As três organizações que representamos, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a Secretaria-Geral Ibero-americana (SEGIB) e a Organização Internacional da Francofonia (OIF), estão a trabalhar arduamente para atingir este objetivo. Acreditamos que a educação é o motor da evolução das sociedades, é um suporte fundamental na luta contra a discriminação, especialmente as que ainda afetam as mulheres e meninas em muitos países, contra a exclusão, contra a pobreza: uma educação de qualidade, acessível a todos e para todos, promove o crescimento inclusivo e sustentável.

É nossa convicção, e tudo aponta neste sentido, que a educação na língua materna garante melhor aquisição de competências básicas em leitura, na escrita e cálculos matemáticos. Congregamos esforços na defesa ao direito a uma educação multilingue de qualidade, baseada no ensino na língua materna.

Juntos, Francófonos, Hispanófonos e Lusófonos, firmemente comprometidos com o reconhecimento da diversidade dos povos, das suas culturas, dos seus traços de civilização e da sua história, defendemos a uma só voz a educação multilingue que promove o pluralismo e o respeito pelo outro, pela sua identidade e o valor do seu património linguístico. Uma educação de qualidade, primeiramente na língua materna, é uma garantia de equidade e inclusão que, além de
facilitar o acesso aos conhecimentos básicos, promete um futuro enriquecido com o que define a nossa singularidade.

As línguas locais são transmissores de tradições e marcadores de experiências, elas ditam os percursos, são portadoras do conhecimento, expressam nuances e sensibilidades características de um determinado território. Cada idioma participa na construção de uma sociedade. É esse pluralismo dos povos e as suas realidades que nos relembram e nos fazem compreender a riqueza que o multilinguismo acrescenta à humanidade.

Encorajamos iniciativas de valorização da língua materna, como base dos sistemas educativos, o mais precocemente possível. Diferentes Estados-Membros das nossas organizações têm cumprido com êxito o desafio da valorização das línguas nacionais, enquanto língua das primeiras aprendizagens, trabalhando em conjunto com as demais línguas de ensino; encorajamos, igualmente e em simultâneo, a aprendizagem de línguas estrangeiras, cientes de que o monolinguismo representará o analfabetismo do século XXI.

Que este Dia Internacional da Língua Materna permita conferir um novo impulso na promoção da diversidade linguística no mundo!



Michaëlle Jean, Secretária-Geral da Francofonia (OIF)
Rebeca Grynspan, Secretária Geral Iberoamericana (SEGIB)
Maria do Carmo Silveira, Secretária Executiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)


(imagem de unescoportugal.mne.pt)