Tenho vindo a assistir ao descontentamento dos militares em virtude das alterações que o Governo, no “combate aos privilégios e aos privilegiados”, introduziu no Estatuto dos militares das Forças Armadas, particularmente no seu regime de passagem à situação de reserva e de aposentação.
A guerra tem sido prolongada e as respectivas reacções têm sido invulgares.
Os militares querem manifestar-se; reunir-se; fazer passeios de protesto e o governo não deixa, mandando as chefias actuar...
Volta e meia, são instaurados processos disciplinares e os prevaricadores ficam em reclusão, o que normalmente só se sabe quando são soltos ...
Para fugir à perseguição, os militares até já se fizeram substituir pelos(as) respectivos(as) cônjuges nos protestos ....
A situação é confusa ...
Parece que o Governo não quer reconhecer a especificidade profissional e funcional dos militares ...
Alertado por esta guerra, esta semana deparei no DR de 22/10, IIª série, com um despacho ministerial a passar à situação de reserva um sargento com 43 anos, 7 meses e 19 dias de serviço, o que me recordou outros despachos do mesmo tipo mais antigos em que não atentei especialmente, mas que agora fui procurar e descobri um de 26 de Junho (nº 13051/2007, DR – II ª série), a passar à situação de reserva um tenente-general com 54 anos, 1 mês e 22 dias de serviço, a que corresponde uma remuneração de € 4378,45 euros !
Sem pretender imiscuir-me nesta guerra, não posso deixar de manifestar a minha perplexidade.
Então, isto não é abusar ?Não é tempo de serviço a mais ?
Que idade teriam estes militares quando iniciaram o serviço ?
É que, como não se trata de uma passagem à reforma, deveremos estar perante militares com menos de 60 anos !
É caso para perguntar: quanto tempo de serviço terão nessa altura ?
E já agora pergunto também: a pensão será igual à remuneração ou aumentará proporcionalmente.
Não há dúvida: a tropa tem muita razão ....!?
(imagem de http://www.soparamilitares.hpg.ig.com.br)
